Ai gente, às vezes me pego pensando como uma velha, porque junta a minha ótima memória com um saudosismo exacerbado, só poderia dar nisso. Todo esse ensaio é pra dizer que amanhã fará dois anos da minha viagem pra Porto Seguro, quem me conhece, já me ouviu dizer umas 300 vezes dessa bendita viagem, mas é que se trata de uma viagem muito importante pra mim, e por várias razões. Eu já viajei para lugares lindos, maravilhosos e até mesmo paradisíacos, mas nenhum deles me deixou tão apaixonada como a cidade simples e deliciosa que é Porto, vocês já vão entender o porque.
Tudo começou quando mudei de ares, eu estudava no Antônio Firmino de Proença, uma escola estadual na rua da Mooca, onde minha vida era cabular as aulas para jogar futebol numa quadra esburacada, e fui parar no Colégio Marista Nossa Senhora da Glória, escola particular no bairro do Cambucí. No começo eu detestei aquele colégio, mesmo porque não havia a menor possibilidade de cabular aula, as pessoas eram diferentes, as idéias e valores completamente diferentes, ali as pessoas estudavam de verdade, odiei imediatamente! E uma das coisas que eu odiei foi pelo fato de que meus colegas de sala planejavam essa bendita viagem de formatura 1 ano antes, mesmo porque ainda estávamos no segundo colegial. Eu ficava imaginando o quanto eles eram fúteis e não tinham mais no que pensar da vida.
Era um tal de Porto Seguro pra lá, Porto Seguro pra cá que chegava a me dar náuseas só de pensar porque diabos aquelas pessoas falavam tanto dessa maldita cidade, e eu ficava pensando comigo mesma: - Essa viagem deve ser um pé no cú, imagine um bando de adolescentes de classe média, longe dos pais, com fácil acesso ao álcool, baladas 24 horas por dia, as “gatinhas” disputando com as coleguinhas quantos “gatinhos” haviam beijado, eca!!...-
Só sei que acabei tomando no cú com esse meu preconceito, naquele colégio que parecia ser tudo terrível, eu conheci seres maravilhosos que farão parte da minha vida para sempre, pessoas detentoras de ótimos valores humanos, solidárias, receptivas, bem-humoradas, enfim, pouco tempo depois eu já estava apaixonada por cada um deles, mas cada um por um motivo em especial.
Os planos para a tão sonhada viagem continuavam, mas dessa vez que já enxergava de maneira mais suave, mas continuava relutante: “Porra, tem mesmo que ser Porto Seguro?, não tenho nada contra a cidade, mas a questão é que é muita modinha essa história de formandos irem pra Porto, acho que qualquer lugar onde possamos ficar juntos e zuar pra caralho já é válido”...eu só ouvia a mesma resposta: “ Não viaja, Ligião, tem que ser Porto”...Então tá né...rsrs
Em 2005, ano da esperada viagem nós vivemos uma overdose de Porto, que começou em janeiro daquele ano e dura até hoje. O primeiro dilema foi a agência, depois a paranóia de nós meninas (tínhamos que estar gostosas até outubro/eu nem cheguei a tentar), enfim, no final do mês de junho teve a tão esperada (menos por mim) balada do “EU VOU”, com show de “Jeito Muleque” e a Cia de dança Axé Moi, que aconteceu no Credicard Hall, só com patricinhas e mauricinhos que não me simpatizo nenhum pouco:
Ligia: Telão, não to afim de ir nessa baladinha de fresco
Telão: Nem eu amiga, mas a merda é que a gente pagou caro pela viagem e essa balada está inclusa, ou seja, vamos aproveitar tudo que temos direito.
Ligia: Eu sei, mas o que adianta a gente chegar lá e ficar se sentindo mal?!
Telão: Ah! vamos sim, ficaremos só nós...
Ligia: Ta tá tá ta...
Dito e feito, chegando na “balada”(odeio esse termo, rsrsrs) eu me deparei com tudo aquilo que meu preconceito terrível não aceita: Boyzinhos e patricinhas de plantão, todos na faixa de 15 á 17 anos, elas tentando se equilibrar em saltos gigantes e treinando enfiar um cigarrinho naquelas bocas meladas de gloss, e eles com os cabelinhos espetadinhos, com seus abdomens malhados marcados na “baby look”, tentando parecer naturais segurando copos de cerveja na mão.
Ligia: Ahhh! Caralho, que porra eu vim fazer aqui?!
Beto: Calma, meu chester loko, você ainda nem entrou, lá dentro deve ta pior, rsrsrs!
Ligia: P.Q.P...só queria estar em casa vendo novela, é pedir demais?
Beto: Também to odiando isso daqui...
* O Beto era um colega de sala, que assim como eu, cresceu muito longe de todo aquele mundinho cor-de-rosa, e logo nos tornamos parceiros de zuar os "boys"...rsrssr
Entrando na maldita balada...
Porra, a decoração era sensacional, haviam vários rapazes tipo “go go boys” vestidos de monstros, até aí legal...mas o que eu esperava realmente estava ocorrendo: QUERO MINHA CASA!!...rssrsrs...Nossa, estava me dando uma agonia filha da puta passar pelos corredores do “Credicard” e ouvir umas patricinhas serelepes dizendo:
Patricinha 1: Nooooooossa, daqui á pouco vai ter samba do bom, Jeito Muleque vai tocar aqui, ai acho que vou morrer!
Patricinha 2: Ahhhhhhhhh(um grito maldito), aquele(não lembro o nome) é muito lindo...
Caralho!, Jeito Moleque é samba do bom???..ah! não fode minha paciência!...mas, eu tinha que me acalmar e tentar curtir de alguma maneira, ainda bem que eu estava com a Stela e o Betinho, meus comparsas que compartilhavam dos mesmos sentimentos que os meus . Enquanto o tal show do Jeito Moleque não havia começado, notei que no palco tinha um grupo que ficava dançando Axé, e fui lá ver de perto....
Ligia: Uauu!! Caralho, Telão que cara gato da porra...
Telão: Qual amiga, qual?
Ligia: Puta merda, esse dançando ao lado da loira, de boné com carinha de danado...
Telão: Humm...(sem nenhum entusiasmo)
Nossa, aquele cara dançando daquele jeito salvou a porra da noite, até que uma tiazinha chamada Sharon entrou no palco para apresentar a Cia de dança Axé Moi, então descobri que o Deus Grego(ou seria baiano??) chamava-se RENATINHO...Beleza, mas nem a exuberância do tal do Renatinho conseguiu me deixar mais á vontade naquele lugar, até que acabei arranjando uma briga com um playboyzinho filho da puta que me tirou do sério. Estávamos eu, Telão, Beto e o Rafinha, quietinhos conversando, eis que me aparece um cidadãozinho bêbado e pára bem atrás de mim(bem atrás mesmo)..aí olhei pra trás, completamente puta da vida e pedi para o "ser" se afastar, ele veio até o meu ouvido e me disse a coisa mais sórdida que eu já ouvi, na hora mandei ele tomar no cú, e já era...mas aí o meu amigo Beto ficou preocupado e perguntou o que estava havendo, o imbecil teve o dom de repetir a mesma merda que havia dito, então o espírito Bruce Lee desceu no meu corpo, não pensei duas vezes, segurei ele pelos ombros e o empurrei pra bem longe, o corno teve o dom de voltar e dizer novamente, aí não teve jeito: fechei a mão, e com toda a força que uma pessoa na hora da raiva possui, desferi um soco no estômago dele, que imediatamente caiu de costas no chão, encima de alguns casais que ali namoravam. Depois disso nem pensei em mais nada e fomos embora, eu e a Telão.
Enfim, chegou o mês de outubro, eu estava afim de ir, mas não estava tão ansiosa quanto o resto do pessoal que só pensavam nisso. No dia que antecedeu a viagem, eu e Telão não tínhamos nem arrumado nossas coisas(as meninas da sala estavam com a mala pronta 15 dias antes).
Ligia: Porra, to muito atrasada, ainda não arrumei nada, e ainda preciso comprar chinelo, porque o meu ta todo fudido!
Telão: Aff! Amiga, nem eu arrumei ainda...relaxa!
HORAS DEPOIS...
Ligia: Ufa! Até que enfim, já arrumei tudo, só falta ir lá no shopping comprar o chinelo
Telão: Nossa amiga, eu nem arrumei ainda...
Ligia: Cê ta louca? Que horas você vai fazer isso?, não vai dar tempo!
Telão: Relaxa amiga, a noite é uma criança!!(Essa entrou pra história, hein, Telão)
CONTINUA...
domingo, 30 de setembro de 2007
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Um comentário:
esta viajem da Ligia é famosa viu, quero só ver a continuação.
bjux
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