Para o sexo a expirar, eu me volto, expirante.
Raiz de minha vida, em ti me enredo e afundo.
Amor, amor, amor - o braseiro radiante
que me dá, pelo orgasmo, a explicação do mundo.
Pobre carne senil, vibrando insatisfeita,
a minha se rebela ante a morte anunciada.
Quero sempre invadir essa vereda estreitao
nde o gozo maior me propicia a amada.
Amanhã, nunca mais. Hoje mesmo, quem sabe?
enregela-se o nervo, esvai-se-me o prazer
antes que, deliciosa, a exploração acabe.
Pois que o espasmo coroe o instante do meu termo,
e assim possa eu partir, em plenitude o ser,
de sêmen aljofrando o irreparável ermo.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
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2 comentários:
Hum delicius rs
eu adoru Drummond, ligia vc é fantastica menina.
Vc tem tudo o que uma mulher devria ter: é linda, inteligente, engrassada, e alem de escrever mto bem e tb eh mto sexy
bjox do Ju
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