terça-feira, 30 de dezembro de 2008

2008: TUDO SOBRE O MELHOR ANO DA MINHA VIDA

Mi Buenos Aires querida. Te quiero tanto!
Esse ano sem duvida nenhuma foi o melhor da minha vida. Nem tudo é um mar de rosas, mas esse ano foi mesmo muito especial por muitas razoes que lhes quero contar aqui.

No fim de 2007 eu já tinha na minha cabeça tudo que queria para esse ano, e ainda sem saber ao certo todos os poderes que possui a minha mente eu mergulhei completamente nos meus planos e desejei com toda a minha alma realizar muitas coisas que para mim eram impossíveis, e hoje um ano depois, recordo orgulhosa de mim mesma que realizei muita delas, mas pra começar eu vou fazer uma viagem ao passado, vou bem longe nesta aventura que se chama vida, a minha vida!


Tudo começou quando no ano passado surgiu a oportunidade de passar 15 dias das minhas férias em Buenos Aires. Ficar sozinha em outro país durante duas semanas, pra mim era uma chance maravilhosa de experimentar ao menos um pouquinho da minha desejada liberdade. Nestes dias aqui nessa cidade, que hoje faz parte do meu cotidiano, foi simplesmente renovador, conheci muito de mim em tão pouco tempo, que resolvi que queria sentir com mais intensidade. Coloquei na minha cabeça que dentro de uns dias eu estava indo embora, porém voltaria em breve para ficar. E assim foi.

No dia 31 de dezembro de 2007, eu estava em casa com o então namorado Marcus, Stela e o Maycon. Eu não estava feliz, me sentia tão presa ali naquele lugar. Nesta altura eu já tinha ao menos alguma noção desse sentimento de liberdade que sempre, sempre e sempre busquei enlouquecidamente. Eu não queria estar ali. Quando deu meia noite, as nossas reações não foram de festa. Acho que além de mim, ninguém queria mesmo estar ali. Já que o clima não era de felicidades, eu propus uma prece ao ano que estava chegando. Disse ali algumas palavras emocionadas e cheias de esperanças e distribui sete papeizinhos coloridos para que cada um pudesse escrever os seus desejos.


As cores eram: vermelho, branco, amarelo, verde, laranja, rosa e lilás que representavam respectivamente: amor, paz, dinheiro, esperança, felicidade, surpresas boas e o lilás eram os pedidos mais secretos sobre qualquer coisa. E assim foi. Cada um imediatamente pegou uma caneta e distraídos escrevemos todos os nossos desejos. E não é segredo para ninguém, que o que eu mais desejei foi: Voltar para Buenos Aires o mais rápido possível. E foi o que eu pedi com todo o meu coração em todos os papeizinhos. Pensei em queimá-los em seguida, com a esperança que a fumaça subisse com pressa ao céu, e avisasse ao Universo o que eu queria, mas preferi manter-los junto a mim, assim todas as vezes que eu os lia, enchia meu coração de esperança e vontade.

Essa noite não foi muito boa, todos nós estávamos com o coração ou com a cabeça em outras coisas, que no caso não era diversão. Eu tinha uma idéia fixa, que pra mim era tão importante, que todas as vezes que eu me pegava sonhando, notava os meus olhos se umedecendo imediatamente.

Eu estava muito ansiosa, e nem sabia como é que o universo poderia me dar aquilo que eu tanto desejava. Simplesmente passei os primeiros dias do ano pesquisando e mergulhada num só objetivo. Eu mal podia esperar o meu pai voltar de viagem para lhe contar sobre essas idéias, e falar dos meus planos, ou seja, pra mim estava tudo mais que resolvido e eu estava segura e não duvidei nem por um instante, porém, ninguém além de mim mesma sabia dos meus planos.


No dia 20 de janeiro meu pai chegou de viagem e nessa altura do campeonato eu já tinha tudo que eu precisava para me mudar, eu só dependia do mais importante: O apoio dele! Ele achou a idéia ótima, porém teria que ser mais pra frente, já que o ano foi de eleição e ele certamente necessitaria de mim em Sampa ajudando ele em mil coisas. Eu aceitei sem discordar, pois poderia demorar mais alguns meses, mas eu já podia ter a certeza que teria o mais importante de tudo para conseguir o meu objetivo, que neste caso, era o apoio do meu pai.



Exatamente no dia seguinte desta conversa ocorreram coisas desagradáveis que me levaram a ter outra conversa seria com meu pai, e dessa vez a minha proposta teve um “sim” como resposta. Na hora eu chorei muito. Aquela sensação foi surreal. Apesar de ser da maneira que foi, eu tinha conseguido a primeira parte da realização de um sonho antigo. Não, meu sonho nunca foi morar na Argentina, mas esse país abriu as portas de um mundo novo pra mim, e me fez experimentar aquela tal que sempre digo e repito: A Liberdade, e isso pra mim não tem preço que pague.

Do dia 22 de janeiro á 01 de março, minha vida se resumiu em correria com os tramites da mudança e aperto no coração, muito aperto. Realizar um sonho, muitas vezes implica em sacrificar outras coisas, e isso dói muito, muito mesmo.

Cheguei em Buenos Aires no dia 01 de março de 2008. Apesar da dor de se despedir da minha gente, a sensação de descoberta e de um mundo novo havia tomado conta de mim. Fazia muito calor na cidade, me lembro até a roupa que eu vestia: Calça e blusa preta, sandálias douradas e uma bolsa super fofa do Snoop. O taxista me deixou na porta da minha nova morada: Hostel Córdoba!


Eu e o Ro. Como sempre, "fazendo arte".




Aqui começa a historia:

Toquei a campainha. Quem me atendeu foi o Martín, que viria ser o homem da minha vida, mas isso deixo para comentar depois. Ele desceu e me ajudou com as malas. Me mostrou o quarto onde eu ia ficar, e o restante do hostel. Neste momento eu estava me deparando com a minha primeira decepção: Eu tinha detestado de cara esse hostel, que para que me entendam vou descrever: Trata-se de um prédio do século XIX, bem conservado e muito bonito, mas não curti o clima do lugar.


Logo que entrei haviam vários brasileiros estirados no sofá distraídos com os seus notebooks e nem olharam pro lado quando passei cumprimentando. O quarto era escuro e não tinha janelas. Imediatamente fui à recepção, e arranhando o meu portunhol escroto, eu perguntei ao Martín onde eu poderia encontrar um locutório para ligar pra casa. Para a minha surpresa ele me respondeu tudo em um bom português.

- Você é brasileiro?
- Não, mas morei em Maceió 3 anos

Ah ta! Isso explica o português com sotaque nordestino do argentino com cara de malvado. Isso eu só pensei, mas não falei para o Martin.

Procurei um locutório, liguei pra casa pra avisar que cheguei bem, e já contei que o lugar onde estava era dos infernos. Meu pai me disse o obvio: Deixe suas coisas guardadas e saia para procurar outro lugar.

Ansiosa, medrosa, triste, saudosa e um monte de coisas mais, eu nem tive forças para procurar nada, somente num hotel que havia em frente e que cobravam 90 dólares a diária. Mó bica do caralho, preferia mesmo era ficar no hostel com cara de mal assombrado, e melhor ainda, só me cobravam 30 pesos a diária. Já que estava ali, me sentei na cafeteria deles e pedi um café, e então começou a sessão: “Garçons desesperados por uma saidinha básica com uma brasileira solitária na cidade”.


Este seria o começo dos milhares de telefones que ganhava todas as vezes que sentava para tomar um café sozinha(Não é que sou a senhora irresistível, é que eles devem gostar muito das brasucas, e quando percebem que estão sozinhas, eles atacam mesmo).



Depois de muita indecisão, procurei o Martin para pagar a semana. Sim, eu já tinha decidido ficar ali uma semana e procurar um lugar melhor para me mudar. A primeira semana eu quase nem ficava dentro do hostel e nem conheci ninguém. Eu acordava e saia cedo para passear e só voltava tarde da noite, cansada e pronta para um banho e cama.



Kaue e Ro. Sempre que eu dava bronca, faziam essas carinhas pra eu ficar com dó.




Tudo começou a mudar...


Exatamente uma semana depois, ou seja, no sábado que em tese eu deveria estar indo embora do hostel (Que nem era tão horripilante assim) eu ainda estava lá e sozinha, sem nenhum amigo, exceto por um conhecido que eu não podia considerá-lo um amigo e nem nada mais. Mas a minha sorte mudou neste mesmo dia.

Após passar a tarde toda passeando pra cima e pra baixo e circulando os anúncios de aluguel de apartamentos no Clarin, eu já não sabia mais o que fazer. De noite, sentada sozinha no sofá do hostel e ainda lendo o meu Clarín eu conheci a pessoa que seria o meu companheiro dos próximos meses. O Rômulo foi uma benção e fundamental pra mim. Nos olhamos e nos cumprimentamos. Imediatamente começamos a conversar e ele me convidou para ir pra balada, junto com a galera que ele havia acabado de conhecer. Sim, ele tinha chegado há horas eu já tinha amigos!!Rsrsrsr

Nesta noite fomos pra uma balada bem escrota, chamada: Ásia de Cuba. Não gostei mesmo, fiquei lá uma hora e meia.

Olhei pro Rômulo e avisei que estava indo embora, e fomos juntos. Chegando ao hostel, encontramos o Rogelio um mexicano com quem ficamos conversando e tomando uma cerveja até clarear o dia. Depois de encontrar o Ro, meus dias nunca mais seriam os mesmos. Não nos desgrudávamos mais. Nos demos muito bem desde o começo e apesar das nossas diferenças, passávamos mais tempo rindo de tudo e de todos que nem tínhamos tempo para discutir sobre política, por exemplo, que é um tema onde não estamos de acordo.


Martín, posando pra mim em Caballito, loco!



Ninguém podia acreditar que tínhamos acabado de nos conhecer, quem nos via, pensava que nos conhecíamos há anos, ou que éramos irmãos ou algo parecido, mas ninguém nunca chegou a pensar por exemplo que éramos um casal, porque nem de longe tínhamos essa ligação, parecíamos irmãos literalmente, e só nos separávamos na hora de tomar banho, porque até na hora de dormir (quando dormíamos), estávamos juntos, porque algumas vezes ele dormia na beliche no outro canto daquele quarto enorme.

24 horas sem parar, tanto que a menina que ele estava ficando na época ficou muito enciumada porque viu que não tinha espaço no nosso mundinho tosco, onde somente nós dois nos divertíamos muito e por qualquer razão. Íamos até rachar o aluguel de apartamento, porque viver no hostel para sempre não dava.

Um mês passou, e nós quase que praticamente dominávamos o hostel que estava quase vazio, porém no inicio de abril chegou uma puta galera, que é a parte dois dessa historia de amizade. Sentados no sofá do hostel, que nessa altura eu já achava que era meu, víamos aparecer rostos diferentes, e um deles foi o do Kaue. Perguntei ao Rômulo que nessa altura já era mim o Romão (Só ganha o nome no aumentativo quem ganha meu coração, assim foi com algumas pessoas na minha vida, inclusive a Stela virou Telão).


Eu, bancando a sexy em algum momento neste ano




Vi aquele menino, com carinha de bicha mal comida. Uma bicha bem comida, ok...mas uma mal comida eu não agüento. E pra piorar esse menino com cara de chatinho e mimado estava junto com outra menina com a mesma cara que a dele. Fiquei puta!

Preconceito é uma merda, pois esses dois se tornaram pra mim tão importantes quanto o Romão foi desde o principio. O Kaue não me desceu pela garganta quando chegou todo amigão e metendo a mala. Todo bonitinho e simpático, eu já desconfiei e nem dei espaço para qualquer aproximação. Desci pro meu quarto e fui dormir, o que era um milagre para uma sexta feira ás 11 da noite.

Aquele dia o Romão ficou com eles, até no Pub (Inferninho- baladinha que tem exatamente ao lado do hostel que entravamos de graça por sermos hospedes.) eles foram. Confesso que fiquei enciumada. Como aquele menino chatinho poderia ficar amigo do Ro assim de um dia pra outro. No dia seguinte, sentada no sofá o Kaue sentou e começamos a conversar. Imediatamente reparei na tatuagem da perna dele, e perguntei o que significava aquele símbolo, e ele:

- Esse símbolo eu criei. São as iniciais da minha família.

Delineando com a ponta dos dedos, o Kaue foi explicando o significado da tatuagem, e não teve jeito, me ganhou na hora. Achei muito fofo a maneira que ele falava da família, e notei que a carinha de playboyzinho além de verdadeira era também de uma pessoa muito bacana e simples. Ele falou tanto da família que imediatamente fiquei morrendo de curiosidade de conhecê-los.


Lari, Ro, eu e Kakitos. No Mc Donald´s como a maioria das madrugadas


Com a aproximação com o Kaue eu conheci a Larissa, uma amiga dele de infância que veio junto com ele. A Larissa parecia uma menina mimada e chatinha, mas me surpreendeu, quando descobri uma menina muito legal, atenciosa e carinhosa. Me tornei a mãe dela, como ela mesma me chamava.

Resumindo, a única chatinha e preconceituosa nessa porra era eu, porque descobri que as pessoas que eu julgava tal qual, nem de longe eram assim, porém eu que estava deixando a desejar. E mais uma vez aprendi com os meus erros. E sem falar que o Kaue também não foi com aminha cara, e me disse que quando me viu se perguntou: “Quem é essa funkeira dos infernos”. Agora, o porque da funkeira eu não sei e acho que nem ele sabe, já que nunca quebrei tudo ao som do batidão aqui em Buenos Aires...Rsrsrs

A partir de então, passamos de dupla para quarteto, ou melhor, O Quarteto. Naquela época estávamos todos de ferias. Ah! Esqueci de falar, o Ro, Kaue e a Larissa vieram para estudar medicina, o que quer dizer que terei amigos médicos, inclusive cirurgião plástico, o que significa que assim como eu já havia planejado, serei sim uma senhora muito da gostosa, porque já esta combinado que me atenderão de graça. Corpo desorganizado e entregue á Deus, somente por enquanto, porque no futuro eles vão dar um jeito!! Ahh vão!! Uhullll



Martín. Como sempre dando Rock á minha vida


O quarto do Kaká e da Lari virou o ponto de encontro da zona. Éramos odiados pelo resto do hostel que não podiam dormir com as nossas risadas. Ta legal, eu confesso que botava mesmo fogo no puteiro e me portei muito mal, fazia uma zona absurda e dava as gargalhadas mais altas que alguém poderia dar. A Lari era a mais calminha de nós, porém quando juntávamos: Eu, Ro e o Kakitos(Sim, o Kaue agora virou Kakitos pra mim) era uma loucura do cacete.

O Sebastian dono do hostel já tinha até desistido de reclamar com a gente, e pra ele nós três viramos: “Los três chiflados”, ou em bom português: Os três patetas! Quem acordava primeiro ia ao quarto do outro fazer o arrastão e acabar com a tranqüilidade alheia. Lógico que eles sempre vinham me acordar, porque nunca na historia dessa amizade, houve um dia em que eu acordei antes que algum deles.

Depois de não ter mais saída, eu tinha que levantar e me arrumar para saírmos os quatro juntinhos para almoçar, passávamos a tarde trancados no quarto, rindo, dançando Britney e rindo mais um pouco, depois saiamos para tomar café com medialunas no Jetro. Esse lugar se tornou pra gente, tipo o “Central Perk” para os “Friends” do seriado. Ali tomávamos café da manha, almoçávamos, café da tarde, jantávamos e até mesmo os garçons de todos os horários já sabiam as nossas preferências.



Kakitos, eu e o Ro. Los tres chiflados!


Tudo o que é bom dura pouco, pois as aulas deles começaram e zona teve que ser controlada, mas não mais de uma semana...Rsrsrs

Estudar eu? Ainda era mês de maio e a minha faculdade só começaria em agosto. Ferias eternas e eu estava amando essa historia.

Neste meio tempo muitas coisas aconteceram além da amizade e dos laços com os amigos. Conheci muita gente, mas muita mesmo. Fiz mil planos, inclusive alguns equivocados e que ainda bem que não deram certo. Uma das coisas mais importantes do ano ainda estava por vir.
Lembram do Martín, que foi quem me recebeu no Hostel logo que cheguei? Então, ele neste tempinho tornou-se um amigo.

Não éramos muito próximos, na realidade eu só o observava de longe e foram poucas as vezes que conversamos, mas suficientes para eu adquirir uma confiança e uma admiração por ele.

O Martin, apesar da cara de bravo é uma pessoa muito dócil, e é a pessoa mais prestativa que eu já conheci. Discreto, e carinhoso o Martin foi super fofo um dia que exagerei na Vodka e passei mal. Bebassa e gritando o nome de uma colega de madrugada, ele veio todo prestativo perguntando se eu queria alguma coisa. Sim, eu queria água, e ele me levou um copo cheio.

O tempo foi passando e eu observando-o cada vez mais. Tínhamos muitas coisas em comum, a paixão pela musica, ideologias, as mesmas convicções políticas e etc. Mas como nem tudo é perfeito, o Martín é torcedor do River e não cansava de me infernizar com péssimas lembranças de 2003 e 2006 quando o time dele tirou o Corinthians da disputa da Libertadores,e ainda fazia questão de me lembrar que o meu time estava na segunda divisão. Sim, esse era o desagradável do Martín, que pra mim já era o Martão. Sempre que nos víamos passamos o tempo todo nos xingando, noz zuando e quese nos batendo...Rsrsrs


Eu. Feliz pra caramba por algum motivo que nem lembro qual.


Além de tudo o Martin me chamava atenção por ser um cara muito, mas muito charmoso. Ele estava fora dos padrões de beleza que eu estava acostumada. Ele era diferente, e, sobretudo muito inteligente. O tipo de cara que eu poderia falar sobre qualquer coisa.

De fato, a inteligência é afrodisíaca e teve mesmo esse efeito comigo. Não demonstrei nada, preferi ficar quietinha na minha, e eu nem imaginava que era correspondida, mesmo porque não tínhamos tempo para nos falar coisas lindas e bacanas.

O legal mesmo era disfarçar todo o desejo mutuo por meio de insultos e brincadeiras de mal gosto. Conversando normal era só em português, mas quando tinha que me xingar ele apelava pro bom castellano e por isso, escutei que eu era uma “amarga”, “pecho frio”, “pelotuda” umas mil vezes...Rsrsrsrs...Eu nem ligava, porque no fundo eu sabia que ele pensava o contrario, e tinha mesmo razão.

A nossa aproximação maior se deu por conta de um amigo espanhol dele que se hospedava sempre no hostel. O Patxi e eu começamos uma amizade, e essa amizade resultou em problemas futuros. De qualquer maneira foi bom essa minha aproximação com o Patxi, porque sinto que foi por isso que eu e o Martin nos aproximamos de verdade. E tudo aquilo que eu já sabia sobre o Martin, e tudo que eu sentia por ele, mesmo como amigo, se multiplicou em questão de uns cinco dias.


Chegamos ir ao show do Groove Armada, uma banda de musica eletrônica, coisa que eu detesto. Nem sei porque aceitei, tudo bem que o Patxi insistiu para caralho, mas acho que devo ter aceitado pra ficar mais perto do Martin. Esse dia foi o nosso primeiro contato fora do hostel. Ao invés de nos xingarmos fomos até legais um com o outro. Ele sempre muito gentil, foi ganhando o meu coração. No fim do show, eu estava com frio e ele me emprestou a blusa dele. Horas depois, deitada na minha cama, a imagem dele não saia da minha mente e me peguei cheirando a blusa para sentir o cheiro dele. Isso estava ficando com cara de paixão reprimida!..Rsrsrsrs


Eu e a Lari. No aniversário de 18 anos dela.


Dois orgulhosos, ninguém admitia ou demonstrava mais o desejo era intenso e mutuo. Até que em um momento sozinhos, o silencio tomou conta e as atitudes também. Incrível. Me enamorei.

Tirando de lado esses detalhes, que sei que ele detesta essa exposição, digo que o Martin se tornou uma pessoa fundamental na minha vida. Ele me ajudou muito, inclusive a sair do hostel. Aluguei um apartamento com a ajuda dele (pra não dizer que foi praticamente sozinho). Realizei outro sonho.

Ter um apartamento lindo, que apelidei de “A casa da Barbie”, morar sozinha, estar conhecendo uma pessoa apaixonante, com amigos confiáveis e divertidos, e ainda de férias na faculdade, só podia ser um sonho.

Pra quem ia ficar somente uma semana, acabei morando cinco meses no hostel e agradeço aos Deuses, porque ali conheci pessoas que marcaram pra sempre e vivi os momentos mais felizes e bizarros da minha vida. O lugar que tinha cara de mal assombrado, serviu para eu aprender definitivamente que as aparências enganam muito. Tudo bem que eu juro que vi um espírito(conto mais detalhes outro dia), mas nem fiquei com medo. Eu estava feliz e nem que eu me deparasse com o cão eu teria medo.



Martín e eu. "Boludeando" no hostel.



Lado B da historia...

Agora aquela Ligia fanfarrona e maluca do começo do ano já não existia mais, sim existe mais esta guardada aqui dentro de mim. Amadureci nestes meses o que levaria anos se estivesse em outra situação.

O Martin me ajudou muito nisso, me tornei mais calma, menos ansiosa e um pouco mais centrada. Neste meio tempo, e com tantas coisas acontecendo eu conheci a Etel, hoje minha sogra. A mãe do Martin é uma inspiração pra mim, e mesmo que ela nem sonhe com isso, se tornou um símbolo e um exemplo a ser seguido, como mulher e, sobretudo, como ser - humano. Uma das poucas mulheres admiráveis que já conheci. Se eu pudesse escolher, e se não tivesse a minha, gostaria que ela fosse a minha mãe, e assim como o seu filho ela ganhou todo o meu amor.

Longe do hostel, com a minha própria casa, espaço e privacidade, muita coisa mudou. Eu já não me sentia mais uma criança solta num parque de diversões. Nesta altura estava desfrutando outras coisas, principalmente a nova paixão, as novas experiências e até tristezas de solidão. Passei tantos meses rodeada de gente 24 horas por dia, que quando me mudei senti falta de tudo aquilo e até hoje sinto. Hoje minha vida é muito mais tranqüila e calma.



Eu. Muito Rock an Roll na batera que nem sei tocar.



Faculdade começou em agosto. Essa parte eu pulo, nem vale a pena comentar sobre algo que não foi. Tinha tudo para ter sido, mas eu não deixei fluir. Medo, insegurança, preguiça, não sei exatamente a razão, mas sei que não foi. Não fico triste, longe disso, pelo contrario, me dei mais uma chance e ano que vem já prometi não jogar pela janela as oportunidades. Não vou me crucificar por ter me descoberto, e junto com essa descoberta pessoal, veio automaticamente a profissional. Após muitas duvidas, já consegui esclarecer muitas coisas a mim mesma, e isso eu agradeço ao meu companheiro, que me ajudou muito nisso.

Fim de ano chegou. Muita coisa mudou, inclusive as minhas convicções. Bem como a Lucirene havia dito por meio da minha numerologia, esse seria um ano de mudanças, literalmente. Com a crise econômica mundial, eu já não tinha mais tanta tranqüilidade no fim do mês, muitas vezes me senti sozinha e triste.

Comecei fazer analise e só parei por motivos de força maior (grana), mas pretendo voltar porque notei o bem que me fez. Descobri um probleminha de saúde que mudou a minha vida também, e sei que agora terei que cuidar disso pra sempre. A casa da Barbie nem era mesmo da Barbie, tinha tudo pra ser se não fosse pelas donas que são umas bruxas. Em nove dias estarei mudando daqui, e guardo as melhores lembranças. Foi a minha primeira casa, isso é o máximo! Mesmo sem saber pra onde vou, estou contente, pois tenho tudo que preciso e sei que na melhor hora encontrarei a verdadeira Casa da Barbie sem bruxas para atrapalhar.



Só pra variar, rindo muito com Ro, e no Mc.


O maior proveito que tirei de tudo isso foi sem duvida o amadurecimento. Essa experiência mudou a minha vida. Me enxerguei pela primeira vez e me conheci de verdade. Conheci uma Ligia mais tolerante, menos preconceituosa, mais calma e paciente. Experimentei sensações até então desconhecidas. Conheci pessoas que marcaram de verdade a minha vida.

A caminhada nos desviou um pouco, mas sei que vamos voltar a ser unidos como no começo! Aprendi também que tudo que eu pensava ser uma verdade absoluta me surpreendeu, e acabei descobrindo que verdade absoluta não existe. Muitas decepções e lições. Aprendi a respeitar as limitações das pessoas e não cobrar nada de ninguém, muito menos quando são coisas que nem eu mesma possa oferecer.

Os meus primeiros cinco meses longe de casa eu não recebi nenhuma ligação de ninguém do Brasil. Nem do meu pai, mãe, irmãos e amigos. Para não ser injsuta a única pessoa que sei que ligou, mas eu não estava foi o Marcus, e só. Em principio fiquei decepcionada e com raiva, mas depois aceitei, porque se eu sou desapegada a essas pessoas, eu não poderia esperar que fossem apegados a mim. Descobri que até a minha família e as pessoas que eu considerava amigas não podem e não devem nunca ser uma necessidade, e sim uma opção. É assim que quero tê-los comigo.

Caralho, nem sei mais o que dizer e como expressar. Porra! Aprendi mesmo e na raça. Me orgulho muito da educação que meus pais me deram. Livre, é assim que me sinto, porém com milhares de deficiências que aos poucos vou aprendendo sem pressa.


Martín, "Zapata" e eu. Nossa primeira foto juntos.


Buenos Aires abriu as portas de um novo mundo. E se isso for um sonho, eu juro que não quero acordar mais.Esse foi o melhor ano da minha vida e agradeço a cada uma dessas pessoas que o tornaram especial.

Aqui encontrei muita gente do bem, encontrei um amor com quem posso fazer planos e que me ensinou muito sobre a vida, sobre eu mesma e até sobre o que eu quero da minha vida. Quebrei varias barreiras, me conheci e me vi pela primeira vez. Gostei de muitas coisas, mas outras ainda estão em processo de aperfeiçoamento.

Conheci pessoas que mesmo que eu mesma tenha deixado escapar pelos meus dedos, são pessoas que de verdade e digo sem nenhuma demagogia que adoro demais. Ro, Kakitos e Lari: Mesmo que nada mais seja como antes, vocês foram responsáveis pelas minhas alegrias e desabafos nos meus primeiros e eternos meses que passei aqui e isso eu jamais vou esquecer, porque se esse foi o melhor ano, passei com vocês os melhores meses. Cumplicidade e diversão, muita diversão! Essa é a lembrança principal.

Martín, você sabe e nem preciso mais repetir que você é o cara que eu estava esperando ha muito tempo, completo como você, somente você! Te quiero muchisimo!

Quanto ao meu castellano, eu lhes conto que não é dos melhores. Tive a sorte ou a má sorte de arrumar um namorado que fala português melhor que eu, e portanto só falo português com ele. Há alguns meses ele começou a banir o português dos nosso diálogos, mas agora o legal é que ele só fala comigo em castellano e eu só falo português. No busão então o pessoal acha que a gente é retardado, por que tipo imagina:

- Che, Li! Tenés hambre?

-Puts! To morrendo de fome e você?

- Yo también. Hacemos fideos y ya fue, boluda!

- Porra, macarrão outra vez, vamos comer outra coisa….


Já deu pra entender a loucura da comunicação desse casal, né. Ah! Sem falar que não tenho mais contatos com brasileiros e com o boicote que o Martin fez ao português, eu acabei esquecendo algumas palavras, então o portunhol rola solto e sem querer:

- Caralho, minha tarjeta sumiu e não tenho como sacar plata!!!



Eu dançando no "inferninho"


Para o Martin que fala português o meu castellano é terrível, mas para o resto da população portenha o meu castellano é sensacional e eu fico toda me achando, ainda mais por nunca ter estudado o idioma, o que aprendi foi na raça mesmo e que achar o contrário andá a la conha de tu madre!!!..Rsrsrsrs

Bom, já me estendi demais. Me empolguei mesmo aqui escrevendo. Pra fechar com chave de ouro esse ano dos Deuses, eu primeiro quero agradecer ao meu “PAItrocinio”...rsrsrsrs, pela milésima vez aos amigos e conhecidos que de certa maneira marcaram a aminha vida, ao Martin e a família dele que são super amáveis comigo, a Etel então é uma mãezona.
E pela primeira vez na minha vida, agradeço a mim mesma. Sim, estou orgulhosa de mim, por muitas razoes, mas principalmente por ter fluido e agido com o coração. Sempre fui muito “pés no chão” cheia de razão, mas esse ano aprendi a não me punir pelos meus próprios erros e por isso fiquei um pouco mais feliz. A minha família, que apesar de tudo são a minha base.


Kakitos me agarrando.




Fiquei feliz quando soube que 2009 é o ano do búfalo, o meu horóscopo chinês e tenho fé que será muito promissor. Além disso será regido por Ogum. Salve Jorge Guerreiro, não vai ter pra ninguém, que os fracos saiam da frente que a cavalaria vai passar rasgando.


“Gracias a la vida que me ha dado tanto”




Um lindo beijinho!




Anacrônico
Composição: Pitty / Graco



É claro que somos as mesmas pessoas, mas pare e perceba como o seu dia-a-dia mudou


Mudaram os horários, hábitos, lugares, inclusive as pessoas ao redor


São outros rostos, outras vozes, interagindo e modificando você


E aí surgem novos valores,vindos de outras vontades


Alguns caindo por terra, pra outros poderem crescer


Caem 1, 2, 3, caem 4, a Terra girando não se pode parar


Outras situações em outras circunstâncias


Entre uma e outra as vezes, se vêem os mesmos defeitos


Todas aquelas marcas do jeito de cada um, alguns ainda caem por terra


Pra outros poderem crescer, caem 1, 2, 3, caem 4, a Terra girando não se pode parar


Outro ciclo em diferentes fases, vivendo de outra forma, com outros interesses, outras ambições mais fortes, somadas com as anteriores, mudança de prioridades, mudança de direção


Alguns ainda caem por terra, pra outros poderem crescer...



*Tudo a ver comigo essa letra e com fase que passei e ainda estou passando.


FELIZ ANO QUE VEM, COM CARINHO...


Ligia Francilino


































































































































































































domingo, 28 de dezembro de 2008

EU NÃO RÍ DA RISADA DE ANDY WARHOL !

Andy Warhol, eu não ri da sua risada.

Não sei se fui só eu quem não riu, ou se só o Caetano que riu da risada de Andy Warhol, na verdade eu nunca o escutei rindo, talvez se tivesse tido essa chance eu poderia ter rido, juro que poderia, sou fácil quando o tema é risadas, porém, ele não tem cara de quem tinha uma risada engraçada.

Não, o tema deste post não é exatamente a risada do Andy Warhol, e sim a “Pop Art”, movimento que utilizava as figuras e ícones populares em suas pinturas. O objetivo era criticar ironicamente o bombardeamento da sociedade capitalista com seus objetos de consumo da época.

A Pop Art operava com signos estéticos de cores inusitadas massificados da publicidade e do consumo, reproduzindo objetos do cotidiano em tamanho consideravel, transformando o real em hiper-real.

O conceito de Pop Art é muito mais complexo do que isso, porém a minha intenção não é me dedicar expecificamente a Pop Art em si, e sim na sua principal figura, ladys and gentlemen: Andy Warhol.

Quem nunca ficou fascinado com as obras dos rostos de personalidades famosas, reproduzidos serialmente em multicores?

Mao Tse Tung, Elvis Presley, Che Guevara, Liz Taylor e muitos outros foram reproduzidos por ele. Acho que dentre essas obras, a mais famosa e a preferida dele, é essa da Marilyn Monroe:



“Foi nas suas obras de celebridades e objetos de consumo da massa que o extremo da concepção de uma "Arte Pop" foi representado. E é especificamente nas obras de Marilyn Monroe que uma das faces mais fortes de Andy Warhol se revela.

Apesar de ser fã de celebridades e de entender o caráter transitório da fama, o seu interesse estava no público e na sua devoção a uma figura como um símbolo cultural da época, uma figura criada pela imprensa. Foi a publicidade que retirou Marilyn da condição de indivíduo e a colocou como um simples símbolo sexual, um objeto imagético.

É o estilo neutro e documental de Warhol que reproduz a impessoalidade e o isolamento que caracterizam essa fama.




O desinteresse fotográfico num sorriso forçado, estereotipado, as cores vibrantes que a tornam numa caricatura, uma artificialidade assumida. Warhol secularizou o ídolo de Marilyn Monroe ao repetir constantemente seus retratos ou ao isolar o sorriso, ligando o mito da estrela aos métodos usados pelas mídias de massa para fazer uma estrela, com variações e seqüências sucessivas, tal como num produto industrial.

Warhol mostrava o quanto personalidades públicas são figuras impessoais e vazias; mostrava isso associando a técnica com que reproduzia estes retratos, numa produção mecânica ao invés do trabalho manual. Da mesma forma, utilizou a técnica da serigrafia para representar a impessoalidade do objeto produzido em massa para o consumo, como as garrafas de Coca-cola e as latas de sopa Campbell.”

O mano criou a língua dos Rolling Stones, o símbolo da Pepsi entre outros. Puta, mó animal, isso cara! Simplesmente virou o principal ícone da Pop Art.








quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

ADORO ANAIS!

Calma gente! Sei que perversão é um dom, porém o descaramento eu acho que não. Estou falando de Anais Nin que foi uma escritora francesa do século passado e é a preferida dentre os que apreciam a velha e boa sacanagem Literatura Erótica.

Bom, apesar de ser fã, confesso que li apenas três desses livros, e indico. Adoro a maneira sensível e direta que ela escreve. Pra quem gosta pode também assistir os dois filmes inspirados nas suas obras, que são: Henry & June e Delta de Vênus, dos quais eu só assisti o segundo e indico também.

“O erotismo é uma das bases do conhecimento de nós próprios, tão indispensável como a poesia.”

Há umas duas semanas atrás, fui ao Parque Rivadavia onde há uma enorme feira de livros, mas não encontrei nenhum dos livros que estava buscando.

Baixar da internet é uma tarefa muito difícil para uma pessoa tão analógica quanto eu, enquanto isso eu continuo aqui na minha busca eterna por uma livraria que tenha Anais!

“Escrever deve ser uma necessidade, como o mar precisa das tempestades - é a isto que eu chamo respirar.”

Eu escolho um homem que não duvide de minha coragem que não me acredite inocente que tenha a coragem de me tratar como uma mulher.”


Além do erotismo característico dessa escritora, ela também é conhecida por ter sido amante do famoso escritor americano Henry Miller.

No livro Henry & June ela narra as aventuras e as cartas trocadas entre os dois.

“Por que as pessoas escrevem? Já me fiz tantas vezes esta pergunta que hoje posso respondê-la com a maior facilidade. Elas escrevem para criar um mundo no qual possam viver. Nunca consegui viver nos mundos que me foram oferecidos: o dos meus pais, o mundo da guerra, o da política. Tive de criar o meu, como se cria um determinado clima, um país, uma atmosfera onde eu pudesse respirar, dominar e me recriar a cada vez que a vida me destruísse. Esta é a razão de toda obra de arte.”



Obras:
Em busca de um homem sensível
Uma espiã na casa do amor
Henry & June
Pequenos pássaros
A casa do incesto
Fome de amor
Diários Íntimos
Delta de Vênus




Façam boa leitura!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A MADONNA DESCEU DO MEU GUARDA ROUPA


Quanto ao fato da Madonna estar em cima do meu guarda roupa, eu tenho que lhes avisar que ela já desceu e foi visitar a presidenta Christina Kirchner na Casa Rosada.

O primeiro show é hoje, e eu não tenho nenhum ingresso. O que mais me magoa é o fato de que a Madonna esteve aqui em casa por meses, e nem um ingresso para o show a vadia fia me deu.

Muito antes de existir essa crise econômica mundial, quando eu ainda podia me dar ao luxo de pensar em pagar uma tarifa exorbitante para ver a versão formiga da Madonna na geral do estádio do River gallinas . Em principio o que fudeu com meus planos foi o fato de que se esgotaram em apenas duas horas, e sem chance para essa fã lerda.

Dias depois anunciaram o segundo show, e eu logo pensei: “Esse tá pra mim”, porém, não meus caros, esses malditos ingressos se esgotaram nas primeiras horas.

Eu me sentia como uma filha da puta perdedora, loser total por possuir uma verbinha para comprar os ingressos, porém não ter nem acesso a eles. Que injustiça com essa fã de velhas datas. desde que ela dançava agarrada na própria periquita no fim dos anos oitenta.

Aí anunciaram o terceiro show, e eu bobinha que sou, imaginei: “Vixi! Esse tá no papo”. Não, não e não! Definitivamente existem pessoas muito rápidas nesse mundo e eu novamente nem sai de casa quando li na internet que já estavam esgotados. La concha de tu madre, que merda de gente ansiosa é essa que não permite que esses ingressos permaneçam ao menos algumas horas na porra da bilheteria? O que é isso minha gente?

Foi aí que eu me dei conta que somente um quarto show poderia me salvar de morrer sem ver a minha única ídola viva porque os outros morreram de overdose aliás, falo tanta merda que nem sei se “idola” existe, ou se seria ídolo feminino, enfim, indagações á parte...

Não é que foi marcado mais um show e desta vez eu já estava malandra e pedi um favor para o meu cunhado Joselitos comprar pela internet. Horas depois recebemos um e-mail de confirmação de compra. Oh! my fuck god, eu estava tão contente que nem acreditava. Eu finalmente iria ao show da rainha da perversão, e mal podia acreditar.

Como desgraça pouca é bobagem e alegria de pobre dura pouco, aquele e-mail devia ser uma pegadinha do malandro, porque eles debitaram no cartão de crédito, mas na verdade eu não tinha os ingressos. Não me perguntem como isso foi possível, depois a Ticketek teve o bom senso de devolver os duzentos e poucos pesos.

Hoje eu recebi um e-mail desses fanfarrões da Ticketek, anunciando que ainda tinham ingressos para o show. Uau! Que bárbaro, porém o que não tenho hoje é grana, verba, bufunfa, ou plata se eles entendem melhor assim. Não, definitivamente eu não respondi o e-mail que era apenas uma mala direta.

Se vai ter um quinto show? Não, não nada de quinto show! Sou a fã da Madonna mais azarada de todos os tempos. Porém, lá na academia “Gigantes do Ringue” do Michel Serdan, onde treinei Kung Fu há alguns anos, tinha um quadro que dizia: “Desistir nunca. Retroceder jamais” me inspirei nessa puta frase de porta de banheiro público, e concluí que por bem ou por mal eu vou estar lá no monumental de Nuñez – estádio de um time muito amargo, é verdade!- porém é por uma boa razão, afinal de contas acompanho a Madonna e as suas putarias desde 1993. Confesso que gosto muito mais daqueles tempos em que ela simulava sexo oral na garrafa e desagradava a Igreja quando queimava crucifixos nos videoclipes, mas ainda assim, comportada e mãe de três filhos, ela é a Madonna e eu ainda sou devota.

Devem estar se perguntando como vou entrar sem ingresso, não é mesmo? Por enquanto só posso dizer que tenho algumas idéias. Prometo voltar aqui pra contar como foi o show. Enquanto isso eu fico aqui imaginando como vou explicar o fato de que ela passou meses aqui em cima do meu guarda roupas.

Deixa eu aproveitar que estou sozinha em casa para dublar "Like a Virgin" em frente ao espelho.

Em breve os 10 motivos para amar a Madonna, aguardem!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

FELIZ DIA DO CORINTHIANISMO!

Há exatamente um ano atrás, no dia nacional do samba, eu lhes escrevia neste mesmo Blog momentos antes do jogo decisivo, e disse que independentemente do resultado, esse ficaria marcado como o “Dia do Corinthianismo”. Como boa corinthiana eu tinha esperanças, mesmo sabendo que as chances eram remotas, e apesar de já ter me preparado, a dor foi inevitável.

Chorei, chorei mesmo sem vergonha nenhuma. Foi triste, sobretudo, da maneira que foi. Alguns corinthianos(as) chegaram ficar de luto, sentimento que nunca cheguei a ter, mesmo porque apesar de toda tristeza, eu sabia que o guerreiro estava ferido, porém não estava morto. Luto jamais!

Chega de tristezas e lembrar-nos do nosso triste passado, chega de lembrar-nos das caras de contentamento dos nossos adversários filhos de uma kenga velha .Chega e chega.

O Corinthians é nosso, e é bom até quando é ruim. Temos muita sorte de sermos Corinthianos(as) e isso nos basta. Salve o Corinthians, sempre!

Mesmo a distancia, mantenho-me sempre muito perto, aqui ó, bem no fundo do meu coração. Vamos que vamos, Corinthians!

* * *

"Acredite, uma coisa digo pra você,
Amor quando é sincero vai até a série "Z"
Esses versos vieram de dentro, mesmo sem talento, eu vou te contar
Paixão é o que sinto, pode crer eu não minto, não vou desfarçar
que apesar de tudo, nem que eu fique mudo, de tanto gritar
Aconteça o que aconteça, meu amor é o Corinthians

Que eu nunca vou abandonar"
(Ligia Francilino - 02/12/07)

Raça Timão você é tradição!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

OBESIDADE MENTAL E ESPIRITUAL

Sempre sonhei em fazer intercambio, e quando pensava sobre isso eu imaginava o quanto seria difícil e dolorido ficar longe de todas as pessoas que eu amo, longe do Corinthians, chegava até a sofrer por antecedência só de imaginar a dor que isso me causaria, porém, nove meses longe de tudo e de todos, eu lhes conto que estou muito bem, obrigada!


Eu que pensei que a minha maior dificuldade seria quanto a distancia, adaptação, idioma, enfim, tudo novo para uma pessoa que não é muito fã de mudanças, mas surpreendentemente o que mais sinto falta é da COMIDA!!


Cabeça gorda? Alma obesa? Pode ser, mas eu sonho acordada com a comidinha do Brasil, primeiro pela saudade que sinto da minha alimentação, depois porque moro sozinha e não gosto de cozinhar só pra mim, então acabo comendo muito mal, muito macarrão porque é pratico e fácil, e sem falar nos dias que substituo o macarrão por sanduíches de queijo e presunto.
Não agüento mais, necessito de comida de verdade e matar essa vontade de comer os nossos quitutes. Juro que sonho acordada com um prato de arroz, feijão, carne cozida na panela com mandioca e salada de cenoura ralada com uma jarra de suco de maracujá batido com beterraba.




Tirando as gracinhas, isso me preocupa mesmo, porque além da vontade, sinto que meu corpo está me pedindo uma alimentação mais saudável, porque quando durmo eu sonho com cenouras, maracujás, enfim, legumes e frutas em geral, e olha que sempre fui a senhora formiga, sempre detestei comida saudável, pra mim o bom mesmo era comer no Mc Donald’s, e hoje eu não consigo nem passar na porta, de tanto que comi nos primeiros meses que cheguei aqui. Ta legal, eu ainda vou no Mc, mas é porque eles servem o melhor Cheesecake do mundo, mas comer hamburger, nem fudendo!!


Segue a lista de desejos alimentícios, se por acaso alguém tenha se sensibilizado e queira me enviar pelo correio. Ps: Mando por e-mail o meu endereço! Rsrsrs



· Suspiro
· Pudim
· Quindim
· Sonho de padaria
· Pé de moleque
· Maria Mole
· Algodão doce
· Teta de nega
· Paçoca
· Goiabada
· Doce de banana


· Doce de mamão
· Ambrosia
· Brigadeiro
· Bolo de Cenoura
· Bolo de banana
· Bolo de milho
· Bolo de Fubá
· Beijinho
· Cajuzinho
· Maracujá




· Goiaba
· Manga
· Mamão
· Queijo branco
· Catupiry
· Requeijão
· BIS
· Bom bom Ouro branco
· Bom Bom Sonho de Valsa
· Biscoitos Passatempo
· Biscoitos Trakinas
· Biscoitos Chocookies

· Milho cozido
· Cachorro Quente
· Arroz
· Feijão
· Picanha
· Escondidinho
· Feijão tropeiro
· Tutu · Pastel
· Acarajé
· Vatapá



· Miojo de tomate
· Pão de queijo
· Salada de Mayonese
· Feijoada
· Coxinha
· Risoles
· Bolinha de queijo
· Caldo de cana
· Fanta Uva
· Guaraná Antarctica
· Esfihas
· Queijo de Coalho
· Caipirinha
· Tubaína

* *

Tá, tá, tá!!! Confesso que dessa enorme lista alguns até existem aqui, mas são muito diferentes do que estamos acostumados, como por exemplo, a salsicha que é tenebrosa, então cachorro quente bom aqui é simplesmente impossível. O arroz e o feijão também são muito diferentes dos nossos.

Alguns me perguntam por que eu mesma não coloco a mão na massa e cozinho alguns quitutes que não existem aqui, como a coxinha, e a minha resposta é sempre a mesma: Primeiro porque não sou uma pessoa com muitos talentos culinários e segundo que os ingredientes e os temperos daqui são diferentes, então jamais ficaria com o sabor que estaria esperando.

Gente, juro que não estou pedindo uma tupperware cheia dessas gostosuras, mas desta imensa lista tem alguns itens que ficariam lindos bem discretinhos dentro de uma caixinha do sedex, é possível, vai!!!!Rsrsrs
Boa Apetite!